Coluna Saúde da Mulher com Dra Carolina Valença - Julho amarelo: consciência sobre as hepatites virais - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Coluna Saúde da Mulher com Dra Carolina Valença – Julho amarelo: consciência sobre as hepatites virais

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.

O julho amarelo faz referência ao 28 de julho, data escolhida OMS para a celebrar o Dia Mundial de Luta contra as HEPATITES VIRAIS, reforçando ações de vigilância, prevenção e controle desse grupo de doença. Essas inflamações causadas por vírus classificados pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. A campanha foi instituída no Brasil em 2019 pela Lei 13.802.

 

As hepatites virais que se tornam crônicas, evoluem para cirrose e câncer de fígado. São uma das principais causas de transplante hepático no Brasil e são doenças potencialmente evitáveis. E, as hepatites A e B possuem vacina que hoje fazem parte do calendário vacinal da infância. Mas, boa parte da população adulta não é vacinada e pode estar exposta, podendo ainda recorrer ao imunizante, caso seja necessário.

– Hepatite A: tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene, pois a transmissão é por ingesta de água e alimentos contaminados (transmissão fecal-oral). É uma infecção leve e se cura sozinha. Existe vacina.

– Hepatite B: é o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo. Importante a saber: O vírus da Hepatite B é 100 vezes mais infectante que o HIV e sobrevive no sangue seco, a temperatura ambiente, por pelo menos 7 dias.

– Hepatite C: tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado.  A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não há vacina.

– Hepatite D: causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.

– Hepatite E: causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.

O contágio via transfusão de sangue atualmente é raro, tendo em vista o maior rigor na triagem de doadores e testagem nos bancos de sangue. A maioria dos portadores das Hepatites B e C são assintomáticos e a relação sexual desprotegida pode transmitir especialmente a hepatite B. O contato com sangue contaminado, através do compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança, entre outros, também é importante forma de transmissão. Os vírus podem permanecer em esmaltes, tintas de tatuagem e materiais não esterilizados de forma adequada. O ideal é que esse material seja de uso pessoal e que cada um mantenha-os devidamente higienizados, para inclusive evitar infecções de pele.

Cuidem-se!

Dra. Maria Carolina Valença* CREMEPE 14358 – RQE 4803

*Médica Ginecologista e Obstetra, Mestre em Tocoginecologia (FCM/UPE)

Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6239880783908739

Instagram: @dracarolvalenca