Coluna Saúde da Mulher com Dra Carolina Valença – Herpes genital: uma doença frequente e recorrente
O herpes genital é uma doença sexualmente transmissível comum, afetando mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. É causada pelo vírus herpes simplex (HSV) tipos um ou dois (HSV-1, HSV-2), e caracterizada por infecção por toda a vida com reativação frequente.
Uma crise consiste em vesículas únicas ou agrupadas na genitália, períneo, nádegas, parte superior das coxas ou áreas perianais que ulceram antes de se resolverem. Começa-se com ardor e queimor local, depois se vem as vesículas (pequenas bolhas), que ulceram e depois ressecam, formando o que chamamos crostas (ou casquinhas). As crises são chatas e incômodas.
O primeiro episódio pode apresentar sintomas mais intensos e incluir mal-estar, febre ou adenopatia localizada (gânglios dolorosos). As crises de repetição são geralmente mais leves. A eliminação assintomática de vírus transmissíveis é comum mesmo sem crises evidentes, por isso que o vírus é extremamente frequente na população em geral. O tratamento reduz a duração, a gravidade e a frequência das recorrências. O risco de transmissão a um parceiro é maior durante os períodos de surto, quando há lesões visíveis.
A maioria dos novos casos de herpes genital não são diagnosticados devido a infecções com sinais e sintomas de curta duração ou, em muitos casos, assintomáticos. Assim, muitas pessoas infectadas não sabem serem portadoras do patógeno.
O uso de preservativos e medicamentos antivirais auxiliam na prevenção da transmissão da doença. Os agentes antivirais são eficazes no controle dos episódios clínicos, mas não erradicam a infecção, que permanece silenciado por toda a vida de um paciente.
Não há uma vacina preventiva ou terapêutica prontamente disponível até o momento.
Quando se têm mais de 6 episódios sintomáticos ao ano de doença, ou seja, herpes genital recorrente, um tratamento de supressão está indicado para diminuir a quantidade de crises ou a intensidade das mesmas.
Ressalvo que quem já teve um episódio de herpes, deve ficar atentos ao início de novas crises e já iniciar o ciclo de medicação antiviral para diminuir a intensidade e a duração do episódio. Peça orientação ao seu médico sobre como fazer.
Nas crises, relações sexuais devem ser evitadas para diminuir a transmissibilidade ao parceiro. Como toda infecção ulcerada, o paciente com crise de herpes se torna mais suscetível à infeção pelo HIV, tendo as lesões como porta de entrada desse outro vírus. Gestantes com crises de herpes recorrentes devem entrar em profilaxia ao final da gestação. E se próximo ao parto estiver com lesões em atividade, o parto por cesariana está indicado. O herpes neonatal é infecção grave e pode ser letal.
Todas as orientações e investigação de infeções sexualmente transmissíveis nos pacientes com herpes genital deve ser realizada.
Consulte seu médico regularmente e realize os seus exames de rotina. Cuide-se!
Dra. Maria Carolina Valença* CREMEPE 14358 – RQE 4803
*Médica Ginecologista e Obstetra, Mestre em Tocoginecologia (FCM/UPE)
Título de Qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia e em Infecções Sexualmente Transmissíveis
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6239880783908739
Instagram: @dracarolvalenca