Coluna Eu uso Óculos com Dr. Paulo Escarião - Adaptação aos óculos multifocais - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Coluna Eu uso Óculos com Dr. Paulo Escarião – Adaptação aos óculos multifocais

Uma queixa muito frequente no consultório de todo oftalmologista é a dificuldade do paciente em se adaptar aos óculos multifocais. A dificuldade já começa quando o paciente chega na ótica e se depara com diversas opções diferentes de lentes, armações, tratamentos antirreflexos, filtro azul, fotocromáticos e diversos outros nomes e tecnologias que não são nada familiares. Mas, não há dúvida que tudo isso pode fazer uma enorme diferença para a boa adaptação.

Tudo se inicia na consulta com seu oftalmologista e o famoso exame da refração do “esse” ou “agora”? Essa avaliação já começa nos exames de triagem que antecedem a própria consulta. Um daqueles aparelhos, chamado de autorrefrator, fará diversas medidas no olho do paciente e vai definir um valor aproximado de qual é seu grau.  Em seguida, é hora de ir ao encontro do oftalmologista e chegar ainda com maior precisão ao melhor grau possível. Aí vem a parte subjetiva do exame com a escolha do próprio paciente. Através do aparelho refrator em seu rosto, simula-se diferentes lentes, e o paciente vai precisar distinguir pequenas nuances na imagem que o deixem com a visão mais nítida possível.

Com a receita em mãos, a próxima etapa será tão importante quanto a primeira. A escolha de uma boa ótica, com bons profissionais e principalmente, um ótico experiente para dar suporte, é fundamental. A primeira e principal medida a ser feita é a distância entre os dois olhos (ou distância interpupilar; entre cada pupila). O centro da lente dos óculos precisa coincidir perfeitamente com a nossa pupila, caso contrário, os multifocais vão gerar grande distorção nas imagens.

A qualidade do multifocal (e infelizmente, o preço!) fará também uma grande diferença na adaptação. Todo multifocal apresenta nas bordas da lente, em sua lateral, áreas de distorção que são intrínsecas a toda lente, independente do valor. Por isso, quando estamos com um multifocal e precisamos olhar de lado, é preciso não só virar os olhos, mas girar como um todo a cabeça, incluindo até para olhar para baixo, descer escadas. Acontece que um multifocal de qualidade superior terá um campo visual bem mais amplo, permitindo uma maior liberdade de movimento, sem apresentar essas distorções.

Como se vê a adaptação aos multifocais envolve diversas etapas e está relacionada a vários profissionais, desde do próprio paciente, oftalmologista, ótico e até a vendedora da ótica. O ideal é sempre procurar pessoas e profissionais em quem confiamos!

 

PS.: Devemos falar meu óculos ou meus óculos? A palavra óculos existe apenas no plural (pluralia tantum), ou seja, o artigo ou pronome precisa estar sempre no plural!

 

Dr. Paulo Escarião

Diretor do Real Visão – Real Hospital Português

Médico do Hospital de Olhos de Pernambuco

CRM 12976

RQE 2156