Coluna Saúde Feminina: Seu Maior Luxo com Dra. Larissa Cabral - Testosterona feminina: quando a medicina diz “não” - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Coluna Saúde Feminina: Seu Maior Luxo com Dra. Larissa Cabral – Testosterona feminina: quando a medicina diz “não”

Em um cenário onde terapias hormonais são cada vez mais promovidas como soluções para inúmeras queixas como perda de libido, cansaço, ganho de peso e até envelhecimento, três das mais respeitadas entidades médicas brasileiras — a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e o Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia — unem forças para alertarque o uso de testosterona em mulheres deve seguir critérios estritamente científicos e éticos.

Foto: Divulgação 

Segundo a nota oficial divulgada em 3 de maio do presente ano, a única indicação reconhecida para prescrição de testosterona em mulheres é o tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH), exclusivamente em mulheres na pós-menopausa, ou seja, diminuição recorrente ou persistente da libido, após investigação criteriosa e exclusão de outras causas para a queda da libido.

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A posição das entidades é clara: não há respaldo científico para o uso da testosterona com objetivos estéticos, para emagrecimento, ganho de massa muscular, aumento de disposição ou efeitos antienvelhecimento. Além disso, a prática de dosar testosterona em mulheres como exame de rotina ou para justificar tratamento hormonal não encontra apoio na literatura médica atual.

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A nota também desconstrói um mito recorrente: a ideia de que a menopausa provocaria uma queda brusca nos níveis de testosterona. Na verdade, o hormônio sofre declínio progressivo a partir dos 30 anos, de forma lenta e natural, e não há um ponto de corte laboratorial validado para diagnosticar “deficiência androgênica feminina. Osníveis de testosterona sofrem pouca alteração com a menopausa.

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Outro ponto de atenção é a segurança:  o uso de implantes, pellets ou medicamentos manipulados é desencorajado por seu risco elevado e falta de controle farmacológico. As formulações que existem para reposição nos homens, não devem ser utilizadas em mulheres. A recomendação final é contundente: hormônios não devem ser banalizados como atalhos para o bem-estar ou juventude. A saúde da mulher merece abordagens embasadas em ciência e segurança.


SERVIÇO

Dra. Larissa Cabral
Médica Mastologista
CRM – 18688 PE
RQE- 8043
Clínicas: Real Instituto de Mastologia e Clínica Thereza Pacheco
Telefones: (81) 99109-0296

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