Coluna Eu uso Óculos com Dra. Eveline Barros - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Coluna Eu uso Óculos com Dra. Eveline Barros

A miopia tem aumentado sua prevalência em países desenvolvidos há pelo menos três décadas. Atualmente, cerca de 30% da população mundial apresenta miopia e 4% alta miopia. É estimado que, em 2050, aproximadamente 50% das pessoas serão míopes, 10% dos quais desenvolverão alta miopia, totalizando 4,8 milhões de pessoas afetadas.

Estudos atuais mostram uma tendência de aumento da prevalência em crianças, risco de aparecimento de miopia parental, aumento acentuado entre adolescentes e maior incidência em áreas urbanas que rurais.

Em relação às crianças, a miopia tem se tornado uma preocupação entre os oftalmologistas. Ela é a principal responsável pela cegueira previsível que afeta o aprendizado da criança, seu desempenho escolar e sua auto estima. A cada ano, nota-se o surgimento mais precoce desse quadro com progressão mais rápida e uma tendência a desenvolver quadro mais graves. Na idade adulta pacientes com alta miopia tem uma maior tendência a desenvolver degeneração macular, descolamento de retina, glaucoma, catarata e neuropatia óptica. A idade do surgimento da miopia e/ou a duração de sua progressão são os fatores mais importantes preditivos da alta miopia.

Fatores de risco para um aparecimento precoce e rápido de progressão do quadro são: etnia (asiáticos), história familiar, baixo tempo de atividades externas, excesso de trabalho de perto/tempo de uso de telas (mais de 45 min contínuos, muito próximo < 25cm).

Atualmente, a oftalmologia conta com meios monitorar e tratar precocemente essas crianças a fim de evitar uma alta miopia. Incialmente deve-se levar a criança de rotina ao oftalmologista anualmente, mesmo que não haja queixa. O controle do uso de eletrônicos, principalmente celular e tablet são essenciais, sendo os mesmos contra indicados até os dois anos de idade. O estímulo a atividades ao ar livre também é muito importante pois irá gerar um desenvolvimento global da visão. Tratamentos com colírios específicos também podem ser uma alternativa para quadros de rápida progressão. Atualmente tivemos o lançamento no mercado de lentes de óculos que visam bloquear essa progressão rápida do quadro. Contudo vale ressaltar que não temos uma “receita de bolo” e o tratamento é multifatorial, isto é, além da tecnologia existente precisa de uma mudança de comportamento do paciente. Lembrando que a prevenção é sempre o caminho mais fácil.

 

Serviço

Dra Eveline Barros | CRM 11804
Médica Oftalmologista, Especialista em Oftalmopediatra e Estrabismo.
Médica do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE)
Fone: 81 – 33022121