Coluna Identidade de Estilo com Roberta Megda – Pessoas ou estátuas?
Recentemente Kim Kardashian – influenciadora de moda, empresária e celebrity – foi assunto mundial ao (tentar) desfilar um vestido que mais parecia uma obra de arte numa semana de moda. Um vestido reluzente, com brilho de ponta a ponta, feito sob medida para seu corpo diante do aspecto de vestir.
O grande X da questão é que o vestido impedia que ela se movimentasse. Teve de pular para subir escadas, pois não conseguia dobrar ou levantar as pernas. Sentar parecia algo impossível… O designer então foi extremamente criticado, pois falhou no cerne do seu trabalho. Tratou o corpo como objeto, impedindo seus movimentos básicos.
Afinal, roupas servem para cobrir, vestir, mas devem manter o conforto e possibilitar movimentos. Do contrário, deveriam ser obras de arte, postas em estátuas, apenas para contemplação.
Isso nos leva – ou ao menos deveria – a refletir até que ponto nos submetemos a usar algo que não nos cabe, para contemplação alheia, que nos incomoda, apenas para impressionar.
Seja um sapato que machuca e não permite andar, mas é belo ao olhar da moda, do outro e do próprio enxergar. Seja um vestido que não permite respirar, comer, de tão justo… mas é a última tendência.
É preciso entender que roupa é comunicação, é expressão. E se você veste algo que não te cabe, não te liberta, isso mostra o quão você pode estar aprisionado à opinião alheia, ao vitimismo de estar na moda e não ter autoridade sobre seu próprio corpo e vestir.
Serviço
Roberta Mégda
Consultora de Imagem | Estilo e Moda
Instagram: @robertamegda