Primeiro “parque de céu escuro” da América Latina é experiência única no Rio
O Parque Estadual do Desengano, localizado a 260 quilômetros ao norte do Rio de Janeiro, tornou-se o primeiro “parque de céu escuro” da América Latina, atraindo cada vez mais entusiastas da astronomia. Reconhecido pela International Dark-Sky Association (IDA) devido à sua baixa poluição luminosa, o parque oferece uma oportunidade única para a observação do céu estrelado. Com mais de 21 mil hectares de mata atlântica preservada e cercado por montanhas, o parque minimiza a interferência da luz artificial, permitindo aos visitantes apreciar milhares de estrelas visíveis a olho nu.
Estima-se que 80% da população mundial viva sob céus poluídos por luz artificial, o que causa diversos problemas ambientais e interfere no ritmo circadiano dos seres humanos. No Parque Estadual do Desengano, a poluição luminosa é mínima, o que beneficia não apenas os entusiastas da astronomia, mas também o ecossistema local. Ao obter o reconhecimento da IDA, o parque deve promover atividades de educação ambiental e substituir sua iluminação por uma de baixo impacto, contribuindo para a preservação da biodiversidade.
Embora o astroturismo seja mais desenvolvido nos Estados Unidos, Europa e Chile, o Brasil, conhecido por suas praias e florestas tropicais, começa a se destacar nesse segmento. A cidade de Santa Maria Madalena, próxima ao Parque Estadual do Desengano, já está presenciando mudanças significativas. As reservas de turistas interessados em astronomia aumentaram nos últimos meses, e propostas relacionadas ao firmamento estão surgindo, incluindo sessões de contemplação, encontros mensais de observação astronômica com gastronomia e até um Festival das Estrelas organizado pela prefeitura local.
O título de “parque de céu escuro” concedido ao Parque Estadual do Desengano em 2021 é visto como uma porta de entrada para que outros parques brasileiros com potencial semelhante obtenham a mesma certificação e desenvolvam o astroturismo. A Chapada dos Veadeiros, em Goiás, por exemplo, já oferece algumas atividades relacionadas à observação do céu e pode seguir o exemplo do parque pioneiro. O objetivo é resgatar o contato das pessoas com o céu estrelado e a natureza, proporcionando experiências únicas e conscientizando sobre a importância da preservação do ambiente natural.
O Parque Estadual do Desengano se destaca como o primeiro “parque de céu escuro” da América Latina, atraindo cada vez mais entusiastas da astronomia para apreciar o céu estrelado em sua forma mais autêntica. Com o crescimento do astroturismo no Brasil, há potencial para outros parques desenvolverem atividades similares, promovendo a preservação ambiental e oferecendo uma nova experiência aos visitantes. A contemplação do céu estrelado e a conexão com a natureza são elementos essenciais nesse contexto, trazendo benefícios tanto para os indivíduos quanto para o meio ambiente.
Destaque: Foto: Igor Borgo (UFRJ)