Coluna Saúde da Mulher com Dra Carolina Valença – Dia mundial de conscientização sobre o vírus HPV
O Papiloma Vírus Humano, popularmente conhecido pelas suas iniciais HPV, é um vírus extremamente frequente na população em geral. Existem mais de 150 tipos viriais, e cerca de 40 tipos podem acometer a região genital e anal. Eles são classificados conforme o seu potencial de causar câncer em oncogênicos (com maior potencial, sendo os mais conhecidos desse grupo os tipos 16 e 18) e não oncogênicos, responsáveis por maior parte das lesões benignas, especialmente os condilomas ou verrugas genitais (os tipos 06 e 11 representam 90% desse grupo).
É um vírus de transmissão pele a pele, pele mucosas, sendo a relação sexual a principal forma de contágio. Estima-se que 80% das mulheres sexualmente ativas irão ter contato com algum dos tipos dos vírus ao longo da vida. Na maioria das vezes a infecção é autolimitada, se manifestando como uma virose, que pode desaparecer espontaneamente em até dois anos. No caso da persistência da infecção viral, especialmente na presença dos tipos oncogênicos do vírus, é que se deve ficar alerta para tratar as lesões que possam virar câncer em qualquer um dos locais em que ela possa aparecer.
O câncer do colo do útero continua sendo uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres em muitas regiões menos desenvolvidas do mundo. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, tendo a sua frente o de mama e o colorretal (intestinos). Para o ano de 2021, foram esperados 16.710 casos novos, com um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Para uma doença que pode ser evitada, esses números ainda são muito altos.
A principal forma de evitar a infecção pelo HPV é através da vacinação. Infelizmente, a vacina não protege contra todos os tipos de HPV, mas já apresenta proteção muito importante. E, mesmo as pacientes vacinadas, devem continuar a fazer seus exames preventivos. Eles conseguem identificar as lesões que podem virar câncer, também no grupo de população de vacinados, expostos a tipos de HPV que a vacina não apresenta cobertura.
O uso de preservativo, apesar de não proteger totalmente contra o vírus, diminui a infecção por proteger a parte peniana, diminuindo o contato pele mucosa, diminuindo também o contágio contra outras infecções sexualmente transmissíveis, em especial o contágio pelo vírus HIV.
Cuidem-se!
Dra. Maria Carolina Valença*
CREMEPE 14358 – RQE 4803
*Declaro não haver conflito de interesses com a indústria farmacêutica ou comercialização de vacinas.
*Médica Ginecologista e Obstetra, Mestre em Tocoginecologia (FCM/UPE), Preceptora de ensino do CISAM/UPE e CAM/IMIP
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6239880783908739
Instagram: @dracarolvalenca