Coluna Saúde da Mulher com Dra Carolina Valença – Vaginose bacteriana
A Vaginose Bacteriana é o corrimento genital mais comum na mulher, podendo corresponder 40% dos casos de corrimento e presente em até 29% das mulheres entre 14 e 49 anos. É um quadro muito desconfortável, onde a mulher apresenta um corrimento com mau cheiro (“peixe podre”), que pode piorar durante o período menstrual ou após a relação sexual, causando inclusive constrangimento em graus variáveis, que prejudicam a sua qualidade de vida.
Não é uma infecção transmitida pelo sexo. É uma síndrome clínica polimicrobiana que resulta na alteração da flora bacteriana vaginal normal. Há a diminuição dos Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio (que protegem a vagina de infecções e mantém o pH) e consequente crescimento da população das bactérias anaeróbias. A concentração dessas podem estar aumentadas de 100 a 1000 vezes mais do que as encontradas em mulheres sadias.
O mecanismo exato de causa desse desequilíbrio não é conhecido. Acredita-se que fatores que possam atuar na modificação do pH vaginal, expondo o meio a alcalinização, com diminuição dos Lactobacillus sejam a causa do desequilíbrio. Alguns desses fatores são: vida sexual ativa, devido à presença do esperma com pH alcalino; presença de sangramentos vaginais anormais, visto que o pH do sangue também é mais alcalino; uso ou higiene do canal vaginal com duchas ou outros objetos que possam modificar o pH ou retirando os Lactobacillus da flora vaginal, que após desses na flora, o reestabelecimento da mesma é difícil e a ocorrência de VB recorrente pode ser comum.
O tratamento correto da vaginose bacteriana, assim como controle dos fatores que causam desequilíbrio podem ser uma boa forma de diminuir as recorrências.
Cuidem-se!
Dra. Maria Carolina Valença* CREMEPE 14358 – RQE 4803
*Médica Ginecologista e Obstetra, Mestre em Tocoginecologia (FCM/UPE)
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6239880783908739
Instagram: @dracarolvalenca