Coluna Saúde da Mulher com Dra. Carolina Valença – Baixa libido: posso melhorar?
É muito frequente as mulheres se queixarem de falta de vontade de relações sexuais. Na ginecologia, chamamos isso de transtorno do desejo sexual hipoativo. É a disfunção sexual mais frequente nas mulheres. Muitas já chegam pedindo para dosar os hormônios, pois acreditam que devem estar tão baixos que não haveria outra causa para justificar o baixo libido. Porém, fatores psicológicos, biológicos, comportamentais, de relacionamento e ambientais são as principais causas e devem ser avaliados durante a investigação deste transtorno.
É importante que as mulheres falem sobre questões sexuais no ambiente da consulta. Assim, medidas gerais de educação sexual podem ser orientadas, tais como: informações sobre funcionamento da resposta sexual, anatomia genital, zonas erógenas, fantasias sexuais, masturbação. Isso ajuda a melhorar do repertório sexual. Fazer atividades recreativas compartilhadas com o parceiro e melhorar a comunicação dos casais para incluir o sexo em sua rotina diária devem ser estimuladas.
Algumas medicações podem alterar a libido, desde antidepressivos até anticoncepcionais orais hormonais. Se o transtorno surgiu com o uso dessa categoria de medicação, comunique ao seu médico. O uso de terapia hormonal vaginal, hidratantes vaginais e lubrificantes para mulheres no climatério e pós-menopausa pode melhorar a qualidade do sexo, consequentemente, aumentando a vontade por relações mais prazerosas. Em caso de percepção de ansiedade ou depressão, uma avaliação pelo psiquiatra pode ser necessária.
Uma coisa básica é adotar de um estilo de vida saudável, incluindo atividade física, boa alimentação, evitar o fumo e tudo mais que pode contribuir para o seu bem-estar e maior receptividade aos estímulos sexuais.
O desejo sexual é uma dimensão individual e variável de pessoa para pessoa. Os problemas sexuais devem ser avaliados nas consultas de rotina pelo ginecologista, pois saúde é uma questão de bem-estar físico, emocional e também sexual. A educação sexual é o ponto de partida para a melhora do transtorno do desejo sexual hipoativo e muitas vezes a abordagem multidisciplinar com psicoterapia ou outras terapias afins podem ser necessária para ajudar no tratamento.
Cuidem-se!
Dra. Maria Carolina Valença*
CREMEPE 14358 – RQE 4803
*Declaro não haver conflito de interesses com a indústria farmacêutica ou comercialização de vacinas.
*Médica Ginecologista e Obstetra, Mestre em Tocoginecologia (FCM/UPE), Preceptora de ensino do CISAM/UPE e CAM/IMIP
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6239880783908739
Instagram: @dracarolvalenca