Cybèle Varela ganha “Imaginários Pop”, uma exposição vanguardista em São Paulo - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Cybèle Varela ganha “Imaginários Pop”, uma exposição vanguardista em São Paulo

Os admiradores da arte contemporânea têm a oportunidade de apreciar a exposição “Cybèle Varela. Imaginários Pop” na cidade de São Paulo. Essa mostra inédita traz uma seleção das obras mais emblemáticas da renomada artista brasileira, que despontou na década de 60. Com encerramento marcado para o dia 1º de outubro, a exposição está sendo realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP).

Cybèle Varela, atualmente com 80 anos, é reconhecida como a única mulher viva do movimento Figuração Narrativa. Sua carreira teve início no Brasil na década de 60 e, posteriormente, expandiu-se para Paris nos anos 70. Participando de inúmeros salões, exposições individuais e coletivas em diversas partes do mundo, como França, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Suíça, Bélgica, Espanha e Japão, a artista deixou sua marca na cena artística nacional e internacional.

A exposição “Cybèle Varela. Imaginários Pop” apresenta trabalhos provenientes da coleção do próprio museu, além de acervos públicos e privados. Essas obras destacam o papel desempenhado pela cultura de massa, questões sociais, políticas e experiências transnacionais na produção inicial de Varela. Sua arte pioneira abrange temas feministas e contribuiu para os discursos da Pop Art, Nova Figuração e Figuração Narrativa no cenário artístico brasileiro e internacional. No total, são exibidas 11 obras, incluindo 3 trípticos, que são conjuntos de três pinturas unidas por uma moldura tríplice.

A curadoria da exposição fica a cargo de Ana Magalhães, diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, e de Ariane Varela Braga, historiadora da arte. Segundo as curadoras, o ano de 1967 foi um marco na trajetória da artista, quando o MAC/USP concedeu-lhe o importante prêmio da exposição “Jovem Arte Contemporânea”. Os dois trípticos de Varela pertencentes à coleção do museu paulistano, intitulados “De tudo que pode ser” (1967) e “Cenas de rua” (1968), são pontos de partida para a exposição “Cybèle Varela. Imaginários Pop”. A primeira obra premiada explora a ideia de transformação, retratando uma moça atravessando a rua e cruzando com freiras, que trocam de roupa no momento do encontro: a moça veste o uniforme religioso enquanto as freiras adotam a minissaia, em alta naquela época.

Os trabalhos expostos e os objetos em forma de caixa, quebra-cabeças e pinturas em madeira exploram a representação do ambiente urbano e abordam questões sociais, críticas de gênero e ironia. As obras são frequentemente marcadas por linhas geométricas, como travessias para pedestres, luzes e sombras, que conferem um caráter enigmático ao espaço, destacam as curadoras.