A Casa da Torre se reinventa com elegância e inovação - Blog Ana Cláudia Thorpe
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A Casa da Torre se reinventa com elegância e inovação

Na pitoresca região de Vila Nova de Famalicão, no Minho, Portugal, a Casa da Torre, conhecida por sua tradição vinícola desde 1977, passou por uma notável transformação nas últimas décadas. O projeto de ampliação, iniciado nos anos 1990, foi muito além do convencional, alterando radicalmente a paisagem da vinícola e aprimorando significativamente suas capacidades.

O impulso para a expansão começou nos anos 80, quando Manuel Artur de Sousa Lopes adquiriu a propriedade e deu início à plantação de 5 hectares de vinhedos, além do restauro da adega original, uma modesta construção de 9 metros por 18 metros. Contudo, foi nos anos 90 que a família decidiu investir ainda mais na produção, dando origem a uma necessidade premente de modernização.

Com a visão de elevar a adega a patamares inovadores, a família recorreu ao renomado arquiteto português Carlos Castanheira. A transformação, concluída em 2010, não se limitou à ampliação do edifício, mas envolveu uma reestruturação completa, respeitando a história preexistente.

A cobertura foi o ponto de partida para a renovação, evoluindo de estruturas complexas para uma elegante configuração de duas águas. A introdução de pilares centrais foi minimizada para preservar a estética, e a estrutura de madeira lamelar foi adotada, evidenciando a simplicidade na complexidade.

O resultado é uma bela estrutura triangular que se projeta sobre o antigo edifício de pedras, proporcionando uma visão única da produção. O interior revela cubas de aço inox alinhadas com precisão, substituindo as tradicionais pipas e dornas. A escolha de materiais foi meticulosa, priorizando higiene, durabilidade e manutenção.

O ambiente interior é iluminado por uma cobertura que se estende sobre a entrada, com luz filtrada por ripas de madeira e vidros canelados. Lustres em madeira, suspensos do teto, contribuem para a atmosfera, enquanto ângulos retos e curvas estrategicamente posicionadas criam um jogo visual que lembra as formas das barricas de carvalho.

Além do aspecto estético, a adega reformulada trouxe mudanças significativas na envolvente exterior. Árvores foram transplantadas, pedras realocadas, e tanques de água adicionados para aprimorar a climatização. A sala de degustação, projetada sobre a entrada, oferece uma experiência sensorial única, e tanques de água ao redor do edifício contribuem para o controle térmico.

Nas palavras do arquiteto Carlos Castanheira, “Uma adega já não é o que era. Está melhor, assim como o vinho. Fresca como é o vinho”. A Casa da Torre não apenas expandiu fisicamente, mas redefiniu sua identidade, mantendo-se fiel à tradição, enquanto abraça a inovação para criar vinhos excepcionais.