Casa das Rosas renasce como refúgio histórico e poético na modernidade paulistana
No coração da movimentada Avenida Paulista, a Casa das Rosas se destaca como um elo entre o passado e o presente, conectando a era do café à contemporaneidade através de um cuidadoso processo de restauração. Coordenado por Toninho Sarasa e sua equipe, o casarão, construído em 1935 pelo arquiteto Felisberto Ranzini, é uma das últimas testemunhas dessa fase crucial da história brasileira.
Tombada pelo CONDEPHAAT em 1985, a Casa das Rosas foi inicialmente residência da filha de Ramos de Azevedo, Lúcia Ramos de Azevedo, e seu marido Ernesto Dias de Castro. Após sua desapropriação em 1986, o imóvel passou por diversas fases de restauração, sendo reinaugurado em 2004 como Centro Cultural Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, em homenagem ao renomado poeta falecido em 2003.
A arquitetura eclética do casarão, com elementos da Renascença Francesa, Art Noveau, Art Déco e Neocolonial, reflete sua rica história. Com quatro pavimentos, o imóvel conta com o charme de oito quartos, escritório, salas, cozinha, copa, mansarda e lavanderia, além de um magnífico jardim de rosas, um dos mais belos de São Paulo.
Em 2013, a Casa das Rosas passou por uma reforma que não apenas preservou sua estrutura, mas também aprimorou suas instalações para combate a incêndios e acessibilidade. Hoje, administrada pela Poiesis – Associação dos Amigos da Casa das Rosas, a mansão abriga o acervo pessoal do poeta Haroldo de Campos, com mais de 20 mil volumes, incluindo raridades como a primeira edição de “Macunaíma” de Mário de Andrade.
Recentemente reaberto após quase dois anos de reforma, o museu agora oferece uma experiência única, combinando história e modernidade. Exposições temporárias e permanentes, oficinas, debates e cursos fazem da Casa das Rosas um espaço vital para a difusão da poesia e da arte em São Paulo.
Nesse contexto, a Casa das Rosas se destaca como um ponto de equilíbrio entre a exuberância do passado e a pulsante vitalidade da Avenida Paulista. Um refúgio no meio do concreto paulistano, onde a arquitetura, a poesia e a arte se entrelaçam para contar uma história que se reinventa a cada visita.
