
Antiga casa da escritora Hilda Hilst é reaberta ao público no interior de São Paulo
Erguida em 1964, em terras da antiga fazenda de sua mãe nos arredores de Campinas, em São Paulo, a antiga casa da escritora Hilda Hilst reabre ao público, após passar por um restauro, destacando o ambiente onde construiu sua vida literária ao longo de 40 anos.
Foto: Divulgação/Tapera Arquitetura
Nomeada como Casa do Sol, representou a mudança voluntária de um cotidiano na capital regado a festas da elite cultural paulistana dos anos 1950 e 60 para uma rotina intensa de trabalho dedicada à escrita, até o fim de sua vida. Com cerca de 700 metros quadrados, em um terreno de mais de 10 mil metros quadrados, sua arquitetura mistura o espírito das casas interioranas com um pátio interno. Pouco se sabe sobre sua origem, quem a projetou, quem a construiu, mas o seu desenho reflete o desejo da poeta de habitar um espaço que impulsionasse o surgimento de seus livros.
Foto: Divulgação/Tapera Arquitetura
Desde a morte da escritora, o imóvel sedia o Instituto Hilda Hilst, responsável por preservar o acervo bibliográfico e pessoal da autora, além de promover residências artísticas e atividades culturais. Em 2014, a casa foi tombada como patrimônio histórico pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas e, após anos de espera, finalmente pôde ser restaurada, com o investimento de 2 milhões de reais, recebidos por meio da Transferência do Direito de Construir (TDC), política pública na qual a prefeitura emite um título de potencial construtivo comercializado no mercado imobiliário.
Foto: Divulgação/Tapera Arquitetura
A autora do projeto é a arquiteta Mariana Falqueiro, da Tapera Arquitetura e Patrimônio Cultural, que chegou a morar na residência durante a reforma. Toda a infraestrutura elétrica e hidráulica foi renovada, assim como forros e telhado. Portas, janelas, volumetria original, pátio interno e o piso cerâmico foram conservados, ao contrário de antigos muros existentes no terreno, retirados para desbloquear vistas e a circulação. Na área externa, o jardim biodiverso ganhou caminhos acessíveis, e as espécies arbóreas foram catalogadas, podadas e tratadas.

