Com design de trimarã e pipa de kitesurf, navegador SP80 é grande promessa - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Com design de trimarã e pipa de kitesurf, navegador SP80 é grande promessa

Novo supertrimarã da SP80 promete bater recorde de velocidade, um modelo que poderá atingir 80 nós, assim superará o atual recorde mundial de velocidade. Criado em 2018, o projeto da empresa SP80 que está instalada em Renens, na Suíça, conta com a colaboração de estudantes da École Polytechnique Fédérale de Lausanne.

 

O iate está sendo desenvolvido em parceria com a EPFL, e é benéfica para ambas as partes. Por um lado, os alunos têm a chance de contribuir para um projeto desafiador que os tornará melhores engenheiros. Por outro, a equipe SP80 ganha acesso a um conjunto de talentos de mentes criativas, bem como às instalações da escola, de acordo com Benoît Gaudiot, cofundador e piloto da empresa.

 

Em vez de uma vela tradicional, o design do trimarã de 10 por 7 metros tem uma pipa de kitesurf com mais de 20 metros de envergadura. Possui formato esguio e linhas alongadas e agressivas para uma estrutura mais estável, que permita atingir velocidade de 80 nós e bater o atual recorde mundial de velocidade de vela do australiano Paul Larsen, que atingiu 65,45 nós a bordo do Vestas Sailrocket 2.

 

A equipe se esforça para estabelecer um novo recorde através da combinação de princípios de vela, kitesurf e engenharia. O objetivo é demonstrar aplicações de um novo conjunto de ferramentas em transporte marítimo rápido, navegação offshore e produção de energia. A pipa capta a força do vento e, acoplada ao hidrofólio principal, a transforma em força propulsora para o barco: a pipa é o motor do barco. Para garantir ótimos desempenhos, seu tamanho é adaptável de acordo com as condições do vento com uma área de superfície que varia de 20 m2 a 50 m2.

O módulo de potência é o elemento mais importante do barco — um sistema mecânico que governa com eficiência a transmissão de forças entre o kite, os hidrofólios e o barco, mantendo a estabilidade em alta velocidade. Em construção desde 2021 no estaleiro italiano Persico Marine, que aplicará uma abordagem construtiva diferente do que normalmente é feito na indústria marítima: o uso de kits de carbono TPT, mais leve e resistente.

“Conquistar o recorde mundial de velocidade de vela é um desafio fascinante, pois nos permite ultrapassar os limites da tecnologia com projetos diferentes do que costumamos fazer. Estamos felizes em participar da pesquisa e desenvolvimento de um conceito que é tão de alto desempenho quanto ambicioso, e mal podemos esperar para ver o barco na água para quebrar o recorde de velocidade”, afirmou o gerente geral da Persico Marine, Mark Somerville.

O cockpit comporta dois pilotos, um para pilotar a pipa, enquanto o outro dirige o barco. “Na fase de desenvolvimento, ficou claro que estar sozinho a bordo não era uma opção para acelerar com segurança até 80 nós”, conta Benoît Gaudiot. A 150 km/h é essencial estar focado. Um piloto conduzirá a pipa e o copiloto garantirá a trajetória do barco. No entanto, em baixa velocidade, em torno de 30 nós, o barco pode ser navegado sozinho– Benoît Gaudiot

A 80 nós, é fundamental garantir a máxima segurança aos pilotos. Afinal, navegando a 150 km/h na água, a velocidade do barco será equivalente a de um carro de Fórmula 1 em terra. Assim, os pilotos estarão bem equipados com capacetes, assentos tipo concha e seis cintos de segurança, e também, máscaras de oxigênio estarão disponíveis quando necessário.

Para proteger seus ocupantes de possíveis estilhaços de carbono em caso de colisão, o cockpit também foi reforçado com Kevlar. Em caso de emergência, os pilotos terão máscaras de oxigênio à disposição. Após três anos intensos de trabalho para otimizar nosso conceito, é um orgulho imenso para toda a equipe vê-lo finalmente ganhar forma na Persico Marine – Mayeul Van Den Broek, cofundador da SP80. Com apoio da marca relojoeira suíça Richard Mille, o barco está em fase final de testes. Segundo as publicações da SP80 nas redes sociais, o seu lançamento deve acontece ainda no final do ano e o recorde deverá ser batido em 2023, no sul da França.