Coluna Identidade de Estilo com Roberta Megda – A elegância em escassez

Num mundo dominado pelo fast e ultra fast fashion têm sido cada vez mais difícil encontrar peças de bons tecidos, bom corte, e principalmente com preço acessível, especialmente no Brasil.

Quando se diz que moda é resultado de comportamento social não é mera teoria engrandecedora, fantasiosa… é fato.

A sociedade que vive em meio a redes sociais, cujo auge é viralizar, dominada por uma geração tão nova e com poder aquisitivo reduzido, que super valoriza marcas como SHEIN pelo baixo custo, qualidade igualmente baixa, e consequente fácil desapego e descarte, não poderia resultar em algo diferente do consumo atual.

É cada dia mais difícil, diante desse cenário social, encontrar peças de roupa cuja base não seja puro poliéster de baixa qualidade ou com acabamento bonito. Peças com forro adequado, costura e pinças perfeitas então é uma caça ao tesouro.

Tempo é fator primordial para uma peça ser bem acabada (assim com um tecido de boa qualidade claro). A era do ultra fast fashion não permite demora. O que já entra na contra mão do que precisa de tempo para ser confeccionado.

Como Consultora, vivo um grande dilema na hora do Personal Shopping, admito.

Além de encontrar sempre mais do mesmo nas mais diversas lojas, o corte, os tecidos e modelagem das roupas estão deixando a desejar. E muito!

Poucas são as opções para clientes mais clássicos, que desejam uma roupa bem cortada, com tecido de qualidade e durabilidade. Ou se gasta muito, ou se é obrigado a se contentar com o que a indústria empurra no mercado, não tem meio termo.

Deve-se considerar que o comportamento social atinge também os modelos das peças, onde há danças virtuais cujas músicas são extremamente apelativas, difícil não encontrar somente peças de roupa extremamente sensuais, curtas… voltados para cultuar o corpo.

Escassas, cada dia mais, as modelagens fluídas, as roupas de bom corte e acabamento, com durabilidade e principalmente, a um preço acessível.

A elegância vai muito além do vestir é bem verdade, mas perpassa por essa questão. E tem ficado cada dia mais escassa nesse sentido.