Maison Valentino apresenta coleção "Le Club Couture" - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Maison Valentino apresenta coleção “Le Club Couture”

Valentino colocou na passarela na última semana uma visão “Impossible Rendez Vous” da marca que mostra sua capacidade de navegar entre o couture e clubbing, com a criação de Pierpaolo Piccioli da maison que regressou aos anos 80 para se inspirar esta estação em alta costura, misturando a euforia daquela década com o maior sentido de inclusividade dos dias de hoje. Intitulada “Le Club Couture”, a coleção conseguiu reinventar um sem fim de códigos Valentino para hoje, fazendo referência ao clubland e ainda assim nunca parece datada.

Pierpaolo Piccioli foi arrojado, criando mini tops feitos apenas com laços de tule; com os comprimentos das saias até à coxa e brincando bravamente com o DNA da maison. O couturier romano colocou realmente à prova o famoso atelier Valentino com um fabuloso casaco de jantar que parecia uma nuvem de musgo espanhol, embora cravejado de miçangas metálicas em tons de chartreuse.

Um macacão feito por milhares de penas flutuando a centímetros de um corpo de tule. “A ideia é que o look pareça leve. Foi confecionado com as penas mais leves de todos os tempos”, explicou Pierpaolo numa declaração prévia matinal no seio da sede francesa da Valentino na Place Vendôme.

Outro look estupendo foi um vestido baby doll rendado com meias-calças a combinar, que Piccioli explicou como sendo “renda tridimensional. Feito com a transformação de rendas em penas e flores”. “Essa é a liberdade e o desafio da alta costura. Fazer algo que parece quase normal, mas nunca foi criado antes. Como aplicar lantejoulas em rendas – tornando possível o impossível na alta costura. Esse é o objetivo do exercício”, sorriu.

O quadro de humor de Piccioli mostrou convites dos anos 80, de clubes funky em Brixton ou no Lower East Side, que Pierpaolo Piccioli com os seus 55 anos, teria sido jovem demais para frequentar. Mas compreendeu certamente o espírito daquela época, quando tudo parecia possível na arte, na música e na moda, e tudo parecia apaixonadamente novo. Para a alta costura, foi uma coleção muito despojada, com minis compostas apenas por arcos de cetim, e metros de coxas expostas. “Penso que a nova geração está muito mais confiante e consciente do corpo”, observou Piccioli.

Numa mostra de gênero mista, 18 looks masculinos foram apresentados de um total de 88: homens em roupas metálicas de super-herói, blusas esvoaçantes de poeta e gabardinas de renda. O evento também apresentou a trilha banda sonora da temporada, um sensacional mashup retrô-futurístico do DJ Andy Butler.

 

 

O fundador da marca Valentino partiu nos anos 80 e os elementos que criou na altura, tais como pois e glamour, foram trazidos de volta ao nosso tempo, mas com um twist.  “Queria expressar a ideia de que a alta costura pode ser democrática. Não se trata do número de folhas no vestido, trata-se de criar um manifesto sobre liberdade artística”, concluiu Pierpaolo Piccioli.