Pinacoteca de São Paulo apresenta Arte Viva de Marta Minujín - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Pinacoteca de São Paulo apresenta Arte Viva de Marta Minujín

Marta Minujín, uma das mais renomadas artistas argentinas, está prestes a inaugurar sua maior mostra no Brasil intitulada “Marta Minujín: Ao Vivo”. A exposição será realizada na Pinacoteca de São Paulo e abrirá ao público em 29 de julho. Nesta mostra, a artista apresenta um recorte dos diversos temas explorados ao longo de sua carreira, reunindo trabalhos icônicos especialmente recriados para a ocasião.

A curadora da exposição, Ana Maria Maia, explica que o título “Ao Vivo” reflete a vivacidade e a presença corporal da artista em sua obra. Marta sempre teve uma forte conexão com a mídia de massa e comunicação, desde as transmissões de rádio e TV nos anos 1960 até a atualidade em seu canal de Instagram. Ela utiliza a arte como uma forma de expressão energética e libertadora para si mesma e para o público.

Foto/ Fonte: Levi Fanan/Divulgação Pinacoteca

A produção artística de Minujín apresenta uma fusão entre a linguagem pictórica e o uso de materiais volumétricos e instalativos. Nos anos 1960, ela incorporou materiais cotidianos e industriais em suas “pinturas”, como colchões retorcidos e pintados com cores vibrantes, desafiando a ideia tradicional da pintura em tela rígida. Ela também explora a arte dinâmica, com telas que se movem através de motores embutidos ou projeções de vídeos sobre a pintura.

Foto/ Fonte: Sofia Ungar/Divulgação

Além de sua criatividade artística, Marta Minujín também se destaca por suas críticas políticas. Durante os anos 1970, período marcado pela proliferação de ditaduras militares na América Latina, ela se envolveu em práticas artísticas voltadas para a conscientização da realidade sociopolítica e para promover a integração entre os países da região. Em uma de suas instalações, intitulada “Comunicando con tierra”, Minujín coletou solo de Machu Picchu e enviou para diversos artistas latino-americanos, incluindo brasileiros, que mesclaram o material com a terra de seus próprios países e o enviaram de volta. Ela utilizou esse material para construir um ninho de joão-de-barro gigante, simbolizando a união dos países através da arte.

Foto/ Fonte: Levi Fanan/Divulgação Pinacoteca

Outra obra significativa é “El pago de la deuda externa argentina con maíz”, na qual ela propõe o pagamento da dívida externa da Argentina com milho, considerado “o ouro latino-americano”. Minujín também questiona o significado de grandes monumentos em sua série “La caída de los mitos universales”, que reflete sobre a simbologia de monumentos famosos, como o obelisco em Buenos Aires e a estátua da Liberdade em Nova York. Um trabalho importante dessa série é o “El Partenón de libros”, onde ela recriou o Panteão grego utilizando uma estrutura de metal preenchida com livros que foram proibidos durante a ditadura argentina. Em 2017, a obra foi montada novamente em Kassel, incluindo livros proibidos de várias nações do mundo.

Foto/ Fonte: Marta Minujín/Divulgação

Com sua arte participativa, dinâmica e politicamente engajada, Marta Minujín deixa sua marca como uma das principais artistas da América Latina, propondo a união da região e questionando o significado de grandes monumentos e símbolos políticos. Sua exposição “Ao Vivo” na Pinacoteca de São Paulo promete ser um marco na arte brasileira e um convite para reflexão sobre questões sociais e culturais.

Foto/ Fonte: Levi Fanan/Divulgação Pinacoteca

SERVIÇO
Marta Minujín: Ao Vivo
Data: 29 de julho de 2023 até 28 de janeiro de 2024
Local: Pinacoteca Luz
Funcionamento: De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h). Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h)
Ingresso: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios | Gratuitos aos sábados