Reconstrução moderna no romantismo é destaque da Dior - Blog Ana Cláudia Thorpe
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Reconstrução moderna no romantismo é destaque da Dior

Dior homenageia grandes mulheres dos anos 1950 em desfile da sua coleção feminina de outono inverno 2023/24 na Semana de Moda em Paris, na última terça-feira (28), trazendo em seus destaques referências a grande nomes como Edith Piaf, Juliette Gréco e Catherine Dior. Foi assim que a Maison francesa uniu alfaiataria com elementos contemporâneo para mostrar uma proposta romântica moderna em peças como vestidos e saias rodadas, scarpins e tailleurs, mas também camisas com gravatas, jaquetas jeans e alfaiataria.

A Dior apresentou uma verdadeira ode à Maison Dior nesta coleção em um cenário desenvolvido pela artista portuguesa Joana Vasconcelos, onde enormes figuras geométricas pareciam “pingar” na passarela. O set foi criado a quatro mãos com Maria Grazia Chiuri, trazendo tecidos da Maison e técnicas manuais tradicionais da moda como o crochê, tricô e bordados que são processos icônicos do romantismo.

 

O novo e o antigo se uniam em toques e looks modernos nos pilares femininos da época que a grife francesa trouxe no trabalho da estilista da Dior, Maria Grazia Chiuri, que mergulhou nos arquivos da década de 1950, acrescentando complexidade e uma ideia multitemporal nas peças. Desta forma, a grife francesa mostrou as melhores versões de styling criados à época das homenageadas em conjuntos de camisas de botão de manga curta combinadas com saias rodadas, vestidos de corpete, cardigãs com acabamento e jaquetas cortadas – em cores sóbrias e estampas florais estilizadas.

A estilista também apontou um estilo mais esportivo para o uso diurno, suavizando jaquetas estruturadas e tecidos trançados com fios de metal para dar uma nova textura enrugada a vestidos de corte clássico. Como não poderia deixar de faltar, reforçou que acessórios clássicos – com pegada mais arrojada – ainda dialogam com a moda contemporânea e moderna dos dias de hoje com o uso de pérolas, luvas e bandanas grossas e pretas, com borlas amarradas em laços.

Chiuri procurou ainda adicionar um toque parisiense aos estilos da época, frequentemente associados às produções americanas de Hollywood. E a combinação definitivamente mostrou como a fase de reconstrução imperou na moda. “Era muito diferente a situação na Europa e nos EUA”, disse Maria Grazia Chiuri à Reuters, durante entrevista, observando que as mulheres que serviram de inspiração para a coleção – a irmã de Christian Dior, Catherine Dior, e as cantoras francesas Edith Piaf e Juliette Greco – estavam reconstruindo suas vidas após a Segunda Guerra Mundial.

Criação da Dior na Semana de Moda de Paris
28/02/2023
REUTERS/Benoit Tessier